sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Balada Concreta

Foto da exposição Tempo Suspenso




Ontem, quinta-feira, o dia começou na Livraria da Vila, com Glauco Mattoso, José Roberto Aguilar e Péricles Cavalcanti.

Mapeou. Esse é o verbo que José Roberto Aguilar utilizou ao término de sua fala na mesa Viva Vaia, que reuniu também Jomard Muniz, que mediou a mesa. Cada um apresentou caminhos que seguiram, escolheram, decidiram e acima de tudo, experimentaram. Qualquer um, mesmo que não tenha conhecimento compartilhado das referências de letras maiúsculas que surgiam na conversa, teve mais uma aula de “celebração” e “cerebração”, como sintetizou Jomard.



Mattoso acredita que "o humor causa rumores necessários" e diz ser “filho” de Millôr Fernandes e Augusto de Campos.

Também foi aberta a exposição fotográfica Tempo Suspenso, de Isabel Santana Terron, inspirada no célebre livro On Reading, do fotógrafo André Kertész. 

No início da tarde, ainda na Livraria da Vila, Adriana Falcão e Marçal Aquino falaram sobre suas atividades como escritores e roteiristas de cinema e televisão. O trabalho na tv é sempre polêmico e causa preconceito entre os conhecidos ou “ex-amigos”, como disse Aquino, que escreve o seriado global Força Tarefa.


Não é realmente um mundo muito estranho este em que vivemos? Uma pessoa trabalha num processo de criação, mas vê seu trabalho denegrido por ser veiculado em um veículo de massa. Claro, a massa a que ninguém acha que pertence. Assim como ninguém se considera parte do povo. Não, ninguém se acredita parte da massa. Todos são espumas de leite A, devidamente separadas do resto.

Ainda bem que existem pessoas talentosas que trabalham para a massa, como Aquino e Adriana. Ela escreve os diálogos de A Grande Família, um seriado que está no ar desde 2001 com grande sucesso de público e crítica. Ah bom! O seriado é bom mesmo e os diálogos são realmente os destaques.

À tarde, Caetano Veloso e Augusto de Campos provocaram gritos, sussuros, protestos e exclamações no Centro Cultural b_arco. O encontro dos dois amigos foi um bate papo com chuvas de confete merecidas. Campos admirava Veloso à distância, quando ainda moravam na Av. São Luiz, no centro de São Paulo. Isso em 1968. A aproximação aconteceu após Augusto escrever sobre a música de Caetano no jornal. Depois disso, o trabalho dos dois se misturaram, concretamente.

Caetano revelou que criou Sampa, a música que virou símbolo da cidade, num repente, quando sentou-se para escrever sobre a capital paulista a pedidos. Ao invés de um artigo, saiu a canção, que ele considera “meio assim”. Meio assim, como? Perfeita?


Angela Senra e Luis Octávio Rogens